Exame de função hepática: quais são e quando fazer
O exame de função hepática é um conjunto de testes laboratoriais que avaliam a saúde do fígado, um órgão vital responsável por diversas funções no organismo, incluindo a metabolização de nutrientes, a desintoxicação do sangue e a produção de bile. Esses exames são cruciais para identificar possíveis doenças hepáticas, como hepatites, cirrose e esteatose hepática, além de monitorar a eficácia de tratamentos e a evolução de condições já diagnosticadas.
Os principais exames que compõem a avaliação da função hepática incluem a dosagem de enzimas hepáticas, como a alanina aminotransferase (ALT) e a aspartato aminotransferase (AST), que indicam a presença de lesões ou inflamações no fígado. Outros testes importantes são a fosfatase alcalina (FA) e a gama-glutamil transferase (GGT), que ajudam a identificar obstruções biliares e outras condições hepáticas. A bilirrubina total e frações, além de proteínas totais e albumina, também são analisadas para avaliar a capacidade do fígado em sintetizar proteínas e metabolizar a bilirrubina.
A realização do exame de função hepática é indicada em diversas situações clínicas. Pacientes que apresentam sintomas como icterícia (coloração amarelada da pele e olhos), dor abdominal, fadiga excessiva, urina escura ou fezes claras devem ser avaliados com urgência. Além disso, pessoas com histórico de consumo excessivo de álcool, uso de medicamentos hepatotóxicos ou com doenças autoimunes também devem realizar esses exames periodicamente para monitorar a saúde do fígado.
Outro grupo que deve ser monitorado são aqueles com doenças metabólicas, como diabetes e obesidade, que estão mais propensos a desenvolver doenças hepáticas. O exame de função hepática é uma ferramenta essencial para a detecção precoce de alterações que podem levar a complicações mais graves, permitindo intervenções terapêuticas mais eficazes e, muitas vezes, menos invasivas.
O preparo para o exame de função hepática geralmente não exige grandes restrições, mas é recomendado que o paciente evite o consumo de álcool e medicamentos que possam interferir nos resultados, como anti-inflamatórios e anticoagulantes, por pelo menos 24 horas antes da coleta de sangue. A coleta é simples e realizada em laboratório, onde uma amostra de sangue é retirada e enviada para análise.
Os resultados do exame de função hepática são geralmente disponibilizados em um período de 24 a 48 horas, dependendo do laboratório. É importante que os resultados sejam interpretados por um médico, que avaliará não apenas os valores obtidos, mas também o histórico clínico do paciente e outros exames complementares, caso necessário. Alterações nos níveis das enzimas hepáticas podem indicar desde condições leves, como hepatite viral, até doenças mais graves, como cirrose ou câncer de fígado.
Além dos exames laboratoriais, a avaliação da função hepática pode incluir exames de imagem, como ultrassonografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética, que ajudam a visualizar a estrutura do fígado e detectar possíveis lesões ou alterações. Esses exames complementares são fundamentais para um diagnóstico preciso e para o planejamento do tratamento adequado.
Em resumo, o exame de função hepática é uma ferramenta indispensável na prática clínica, permitindo a detecção precoce de doenças hepáticas e o monitoramento da saúde do fígado. A conscientização sobre a importância desses exames e a realização periódica, especialmente em grupos de risco, são essenciais para a prevenção de complicações e para a promoção de uma vida saudável.

