Função hepática: quais exames solicitar antes de iniciar estatinas
A função hepática é um aspecto crucial na avaliação da saúde do fígado e na determinação da adequação do uso de medicamentos, como as estatinas. Antes de iniciar o tratamento com estatinas, é fundamental realizar uma série de exames que avaliam a função do fígado, garantindo que o paciente esteja apto a receber essa medicação. A avaliação da função hepática envolve a análise de enzimas hepáticas, bilirrubinas e outros marcadores que podem indicar a presença de doenças hepáticas ou disfunções que poderiam ser exacerbadas pelo uso de estatinas.
Os exames mais comuns que devem ser solicitados incluem a dosagem de alanina aminotransferase (ALT) e aspartato aminotransferase (AST). Esses testes medem os níveis de enzimas que são liberadas na corrente sanguínea quando as células do fígado estão danificadas. Níveis elevados dessas enzimas podem indicar hepatite, cirrose ou outras condições que contraindicam o uso de estatinas. Portanto, é essencial que esses exames sejam realizados antes do início do tratamento.
Outro exame importante é a dosagem da fosfatase alcalina (FA), que pode indicar problemas nas vias biliares ou doenças hepáticas. A bilirrubina total e frações também devem ser avaliadas, pois níveis elevados podem sugerir obstrução biliar ou disfunção hepática. A interpretação desses resultados deve ser feita por um profissional de saúde qualificado, que poderá determinar a necessidade de intervenções adicionais ou ajustes na terapia com estatinas.
Além dos exames laboratoriais, é recomendável realizar uma avaliação clínica completa, que inclui a história médica do paciente, uso de medicamentos concomitantes e a presença de fatores de risco para doenças hepáticas. Pacientes com histórico de alcoolismo, hepatite viral ou uso prolongado de medicamentos hepatotóxicos devem ser monitorados com ainda mais rigor antes de iniciar o tratamento com estatinas.
O ultrassom abdominal é um exame complementar que pode ser solicitado para avaliar a morfologia do fígado e detectar possíveis alterações, como esteatose hepática ou lesões focais. A imagem do fígado pode fornecer informações adicionais que não são capturadas apenas pelos exames laboratoriais, ajudando na avaliação global da função hepática e na segurança do uso de estatinas.
É importante ressaltar que, mesmo que os exames iniciais apresentem resultados normais, a função hepática deve ser monitorada periodicamente durante o tratamento com estatinas. Isso se deve ao fato de que, em alguns casos, o uso de estatinas pode levar a alterações nos níveis de enzimas hepáticas, exigindo ajustes na dosagem ou na escolha do medicamento. A monitorização regular é uma prática recomendada para garantir a segurança do paciente ao longo do tratamento.
Além disso, a educação do paciente sobre os sinais e sintomas de possíveis efeitos adversos relacionados ao fígado é fundamental. Os pacientes devem ser informados sobre a importância de relatar qualquer sintoma incomum, como dor abdominal, icterícia ou fadiga extrema, que possa indicar problemas hepáticos. Essa abordagem proativa ajuda a identificar complicações precocemente e a tomar as medidas necessárias para proteger a saúde do fígado.
Por fim, a decisão de iniciar o tratamento com estatinas deve ser baseada em uma avaliação cuidadosa dos riscos e benefícios, levando em consideração a função hepática do paciente. A colaboração entre o médico e o paciente é essencial para garantir que o tratamento seja seguro e eficaz, promovendo a saúde cardiovascular sem comprometer a função hepática.

